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História de Mikao Usui - Versão Hawayo Takata

Atualizado: 12 de nov. de 2023


Foto de Hawayo Takata

Em textos passados já abordamos a vida e história de Mikao Usui, de acordo com as informações encontradas por pesquisadores e estudiosos sobre o tema.


Logo abaixo estão alguns destes textos, caso você ainda não tenha lido:


A História de Mikao Usui


Memorial Mestre Usui



Hoje iremos abordar uma outra versão desta história, a versão de Hawaio Takata, incluindo também os chamados cinco milagres.


Hawayo Takata, é uma norte-americana de origem japonesa, responsável pela propagação do Reiki no Ocidente e terceira grão mestre.


A história, com algumas variações, foi sendo divulgada pela senhora Hawayo Takata, mas tem-se vindo a constatar, através de pesquisas e estudos, que a sua versão da história de Mikao Usui e do Reiki sofre por muitas incorreções.


Leia abaixo a história e na sequência alguns comentários.



Vamos para as variações!

A seguir, a história contada por Hawaio Takata

Conta a história, que Usui tornou-se padre católico e teria lecionado em uma universidade cristã em Kyoto (a Doshisha University). Um dia, em discussão com um grupo de alunos que concluíam a formação de seminaristas, foi perguntado ao Mestre Usui se ele acreditava firmemente nos ensinamentos da Bíblia.

Quando ele respondeu que sim, os estudantes o lembraram das curas miraculosas promovidas por Jesus. O estudante perguntou como explicava ele aquilo, uma vez que já não havia curadores em todo o mundo capazes dos mesmos atos. Cristo também ordenara aos apóstolos que curassem as doenças e ressuscitassem os mortos. “Se assim é, por favor, ensine-nos o método”. Mencionavam suas palavras: “Você fará como eu tenho feito. E mesmo as grandes coisas”. Queriam saber por que não existiam outros curadores agindo da mesma forma que Cristo agia. Disseram-lhe que acreditar não era o suficiente e queriam ver com os próprios olhos, como Jesus realizava as curas.

Mikao Usui, não tinha a resposta para dar aos estudantes e também não podia ficar sem uma resposta para si. Não tinha como ensinar a seus alunos, uma fórmula para a cura do corpo, tal como Jesus transmitira a seus discípulos. Ele simplesmente tinha fé nas escrituras. Conta a história, que neste dia Mikao Usui teria se demitido da universidade decidido a buscar respostas sobre os questionamentos de seus alunos. Ele decidiu iniciar seus estudos pelos Estados Unidos, por serem na época um país predominantemente cristão e o intercâmbio cultural da dinastia Meiji facilitaria seus estudos, ele teria decidido começar as suas pesquisas no Seminário de Teologia da Universidade de Chicago.

Após longos estudos infrutíferos, Usui tomou a decisão de voltar ao Japão na esperança de aí descobrir qualquer facto novo sobre a questão das curas espontâneas.

Foi para um mosteiro Zen onde o superior concordou que devia ser possível curar o corpo físico, como Buda o fizera. Declarou que aquilo que fora realizado numa época também tinha de ser possível noutra e convidou Mikao Usui a prosseguir as buscas no seu mosteiro.


Começou a estudar chinês, tendo em vista o aprofundamento de todos os textos dos sutras existentes nesta língua. Os resultados foram escassos, mas ele não desistiu do estudo dos sutras tibetanos. Apesar desta decisão exigir dele o conhecimento do sânscrito, retomou o trabalho com o mesmo empenho. Foi certamente pouco depois desta altura que fez uma viagem ao norte do Tibete e parece que, depois de ter acabado os seus estudos dos sutras tibetanos, Usui pensava estar na posse da verdade sobre as curas de Cristo.

Encontrou, em um antigo manuscrito em sânscrito, de um discípulo anónimo de Buda, quatro símbolos sagrados relacionados à práticas de Buda para tratar a saúde das pessoas. Os sutras escritos a mais de 2.500 anos, despertavam uma energia poderosíssima que poderia levar a um ilimitado poder de recuperação dos desequilíbrios e disfunções, contudo, estes símbolos continham apenas uma simples fórmula e nenhuma explicação de como utilizar ou ativar. Desta forma, Dr. Usui não sabia como seria possível alcançar uma habilidade plena de tratar as pessoas.

Pouco depois, em 1922, Usui decidiu fazer uma peregrinação à montanha sagrada (o monte Kuri Yama) onde praticaria o jejum e a meditação. Nesse retiro, ele tinha por objetivo purificar-se, limpando o corpo e a mente, a fim de trazer esclarecimento e ampliar sua compreensão sobre seus questionamentos.

Amontoou vinte e uma pedras que lhe iriam permitir medir o tempo. Conta a história que durante seu retiro no Monte Kurama Dr. Usui meditava, orava, entoava cânticos e pedia ao criador pelo discernimento necessário para entender aqueles símbolos.

Chegou assim ao vigésimo dia do seu jejum, a véspera do último dia.

De repente, viu no céu a oscilação de uma Luz, viu-a crescer na sua direção à medida que se aproximava. Recebeu a força da Luz em plena testa e julgou ter passado para o outro mundo, neste momento ele teve uma série de visões onde lhe foi passado o conhecimento de como utilizar os símbolos e ativar esse poder em outras pessoas (para os reikianos, neste momento, Mikao Usui recebia sua Iniciação). Estava então redescoberta a técnica, que foi chamada pelo Mestre Mikao Usui de REIKI.


Impaciente por partilhar a sua experiência com o superior seu velho amigo, Mikao Usui começou a correr pela montanha. Parecia que o corpo estava mais robusto, como que rejuvenescido, coisa surpreendente depois de um longo período de jejum.

Era o primeiro milagre do dia.

Na sua precipitação, tropeçou numa pedra e feriu o dedo grande do pé. Ao querer massajá-lo para acalmar a dor, apercebeu-se que a hemorragia estancara apenas em alguns instantes e que a ferida se fechava rapidamente.

Dava-se o segundo milagre.

Ao continuar o seu caminho, chegou a uma pequena estalagem onde parou para retemperar as forças.

O estalajadeiro, ao ver o aspeto de monge e a barba hirsuta do visitante, percebeu que ele saía de um longo período de meditação e aconselhou-o a escolher uma sopa. Mas Usui declinou a oferta e pediu uma refeição normal. Depois de ficar satisfeito, sentiu-se bastante bem.

Foi o terceiro milagre.

Antes de abandonar a estalagem, a neta do estalajadeiro, que servira a refeição e cuja face estava inchada há alguns dias, teve uma violenta dor de dentes. Usui ofereceu a sua ajuda, que ela aceitou de boa vontade. Colocou as suas mãos de cada lado do rosto da jovem e rapidamente a dor e a inflamação diminuíram.

Foi o quarto milagre.

Quando, por fim, Usui chegou ao mosteiro, encontrou o superior a sofrer de uma crise de reumatismo. Mikao Usui pôs-se a contar a sua aventura, e enquanto o fazia, punha as mãos sobre as partes dolorosas do corpo dele e a dor desapareceu rapidamente, o que deixou o sacerdote estupefacto.

Foi o quinto milagre.


Após madura reflexão, Usui decidiu ir para um bairro pobre de Kyoto, para ali tratar os mendigos. Nos bairros pobres, tratou novos e velhos sem distinção. Obteve resultados notáveis e muitos ficaram totalmente curados.

Mas cerca de sete anos mais tarde, prosseguindo sempre na sua tarefa, reconheceu rostos familiares. Um homem ainda novo chamou-lhe particularmente a atenção.

- Parece-me que já nos conhecemos – disse ele.

- Com certeza – respondeu aquele – eu fui um dos seus primeiros casos de cura. Recebi um novo nome, a seguir encontrei trabalho e até me casei. Mas não consegui fazer face às responsabilidades, a vida de mendigo é muito mais fácil.

Usui encontrou outros casos análogos e encheu-se de desespero. Ao refletir, percebeu que não soubera comunicar-lhes o sentido das responsabilidades, a começar pelo da gratidão.

Foi então que ele compreendeu que toda a cura física, para ser duradoura, devia ser acompanhada de um equilíbrio psíquico e que, ao dar o Reiki indistintamente, ele não fizera mais do que reforçar as atitudes de vida dos mendigos.

Neste sentido, a importância de uma troca de energia pareceu-lhe vital. Todo o ato recebido exigia uma contrapartida sem a qual a vida era desprovida de valor.

Foi nessa altura que o Dr. Usui estabeleceu os cinco princípios fundamentais do Reiki.

Abandonou os bairros pobres de Kyoto para ensinar em todo o Japão.

Foi neste momento que os símbolos que lhe tinham sido revelados na sua visão adquiriram todo o seu sentido. Estes podiam servir-lhe para harmonizar os indivíduos, para lhes permitir assumir a responsabilidade do seu bem-estar. Ao ajudá-los a aumentar a sua energia, ser-lhes-ia possível dar um grande passo na direção do domínio de si próprios.

Em abril de 1922, criou a escola que existe até hoje: a Usui Reiki Ryoho Gakkai, em Tókio. Depois de Usui ter refinado e aperfeiçoado o seu método, formou jovens discípulos que deveriam segui-lo nas suas deslocações. Alguns de seus principais discípulos foram Ushida (seu sucessor) e Chujiro Hayashi (ambos, oficiais da marinha imperial japonesa).

Pouco tempo antes da sua morte, Mikao Usui confiou ao mais devotado de entre eles, o Dr. Chujiro Hayashi, antigo oficial da marinha, a responsabilidade de perpetuar a tradição do Reiki. Usui desencarnou em 09 de março de 1926 e seus discípulos passaram a difundir a técnica somente no Japão.

Dr. Chujiro Hayashi. Nascido em 1878, Hayashi era médico e comandante da marinha imperial japonesa e, após a morte de Usui, fundou uma clínica em Tokyo, onde se dedicou à cura e à formação de novos mestres.

Entre seus discípulos, estava Hawayo Takata que inicialmente o havia procurado buscando tratamento para sérios problemas de saúde. Takata nasceu em 24 de dezembro de 1900, na Ilha das Flores de Kawai, Havaí. Era filha de imigrantes japoneses que trabalhava na cultura de bambu e de cana-de-açúcar. Em 1935, seus pais retornaram ao Japão para um período de férias, quando sua irmã, de apenas 25 anos, morreu. Takata foi ao Japão dar a notícia aos pais e tratar da saúde, ocasião em que conheceu a clínica de Hayashi. Lá, recebeu o tratamento, ficou curada e interessou-se pelo Reiki. Permaneceu ali por um ano, estudando e trabalhando como colaboradora. Mais tarde, Takata retornou ao Havaí, onde abriu seu primeiro consultório. Com a morte do Dr. Chujiro Hayashi, Takata se tornou a 3ª Grão Mestre difundindo o Reiki em todo o Ocidente.


 

Agora o porque Takata compôs esta história sobre Usui?


Foi dito que Mikao Usui ensinava em uma universidade cristão, que era um padre e teólogo e que havia viajado para os Estatos Unidos à estudo na universidade de chicago.


Acredita-se hoje que estas alterações foram introduzidas de forma a conseguir uma melhor aceitação do Reiki no Ocidente. Naquela época Takata confrontou-se com o sentimento anti japonês existente na sociedade norte-americana que tinha bastante viva na memória o ataque de Pearl Harbor e Segunda Guerra Mundial, a cultura nipónica não era vista com bons olhos deste lado do mundo. Para contornar essa dificuldade a Mestre Takata foi compondo uma história do Reiki que fosse mais facilmente aceita, transformando Mikao Usui em católico e estudante de uma Universidade norte-americana distorcendo os fatos.


À medida que o Reiki foi expandindo, alguns terapeutas que também eram pesquisadores, começaram a tentar saber mais da vida de Usui e rapidamente se tornou claro que a história da Srª Takata tinha sido ocidentalizada de modo a ser aceite mais facilmente.



O que hoje é verdadeiramente importante é que o Reiki está disponível a todos, em todo o mundo. E, só por isso, somos gratos.

 
 

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Também disponível nas plataformas:

Youtube Music: https://bit.ly/3EZcp0T

 

Referências:

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