Em nosso dia-a-dia, acabamos por não estarmos presentes 100% em nossas tarefas ou até mesmo desatentos ao que uma pessoa está a falar. Isso acontece, pois nos dias de hoje sofremos pressões constantes e estímulos que nos cercam de todos os lados. Uma mente dispersa pode nos afetar em diversas áreas, nos causando problemas relacionados a ansiedade e ao estresse.
A origem do mindfulness
Sua origem está ligada à antiga prática meditativa budista, datadas de, pelo menos, 2.500 anos. “Samma-sati” é a palavra original do Pali de onde veio “Mindfulness”. Essa palavra aparece em vários sutras e textos budistas, tem parentesco com uma série de culturas e escolas de sabedoria orientais. A partir do final de 1970, o médico Jon Kabat-Zinn, procurou traduzir conceitos relativos à Mindfulness, sendo retirado os conceitos originais religiosos da prática budista. Essa foi a origem da atenção plena laica, ou seja, desvinculada de religiões.
Com isso, Kabat-Zinn deu origem a um programa de treinamento em atenção plena para redução de estresse com duração de 8 semanas.
Isso possibilitou a realização de estudos científicos a respeito dos efeitos das práticas da atenção plena. E, desde então, muitos estudos comprovaram os benefícios dessa prática.
Recentemente, Kabat-Zinn respondeu a críticas sobre a secularização da meditação com origem budista, defendendo que o conceito de mindfulness foi trazido e contextualizado adequadamente à sociedade ocidental da época, com seu contexto histórico, religioso e cultural, o que permitiu, assim, que houvesse interesse no assunto e o seu progressivo desenvolvimento.
A secularização é um processo através do qual a religião perde a sua influência sobre as variadas esferas da vida social. Essa perda de influência repercute-se na diminuição do número de membros das religiões e de suas práticas, na perda do prestígio das igrejas e organizações religiosas, na influência na sociedade, na cultura, na diminuição das riquezas das instituições religiosas, e, por fim, na desvalorização das crenças e dos valores a elas associados.
Seu marco se deu em 1979, com a fundação da Clínica de Estresse dentro do renomado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), por Jon Kabat-Zinn.
Com o MBSR (Redução de Stress Baseada em Mindfulness), surgiram os primeiros estudos científicos, onde comprovou-se a sua eficiência na redução e controle do estresse, e também uma melhora na qualidade de vida de pacientes com dor crônica.
Um estudo foi publicado no renomado jornal médico The Lancet, afirmou que Mindfulness pode ser tão eficaz como a medicação antidepressiva para evitar recaídas na depressão.
O que é mindfulness?
Bom, com todas as informações que já foram apresentadas, você já deve ter compreendido o significado de Mindfulness, porém deixarei aqui um breve resuminho.
Mindfulness pode ser traduzida como “atenção plena”, é a prática de se concentrar completamente no presente. Quando você está em atenção plena, as preocupações com o passado e futuro dão lugar ao aqui e agora.
O praticante se concentra na respiração e sensações do corpo, nas roupas que está usando e no ambiente onde está inserido, com enfoque também nas atividades e ações executadas durante o dia. Isso possibilita uma vivência do seu dia com mais plenitude, isso faz com que você perceba os pequenos detalhes do cotidiano, que normalmente deixamos passar.
Às vezes, a mente viaja em questões que ainda não estão concluídas, planos para o futuro ou lembranças de acontecimentos marcantes enquanto estamos trabalhando, estudando ou cumprindo outra obrigação. Essa distração pode resultar em acidentes, erros ou na má execução de uma tarefa. Através do mindfulness, a atenção deixa de ser dividida e passa a ficar somente no momento presente.
O mindfulness é, então, um exercício de autorregulação que ensina a lidar com os nossos pensamentos e emoções, deixando de lado as distrações, para sentir, ouvir e viver o momento presente.
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